domingo, 20 de novembro de 2011

pequenas mudanças da vida...

O rouge virou blush, o pó-de-arroz virou pó-compacto, o brilho virou gloss. O rímel virou máscara incolor, a Lycra virou stretch, anabela virou plataforma, o corpete virou porta-seios, que virou sutiã, que virou lib, que virou silicone. A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento. A escova virou chapinha, "problemas de moça" viraram TPM, confete virou MM. A crise de nervos virou estresse, a chita virou viscose, a purpurina virou gliter, a brilhantina virou mousse. Os halteres viraram bomba, a ergométrica virou spinning, a tanga virou fio dental, e o fio dental virou anti-séptico bucal. Ninguém mais vê... Ping-Pong virou Bubbaloo, o a-la-carte virou self-service, a tristeza, depressão. O espaguete virou miojo pronto, a paquera virou pegação, a gafieira virou dança de salão. O que era praça virou shopping, a areia virou ringue, a caneta virou teclado, o long play virou CD. A fita de vídeo é DVD, o CD já é MP3. É um filho onde éramos seis, o álbum de fotos agora é mostrado por email. O namoro agora é virtual, a cantada virou torpedo, e do "não" não se tem medo. O break virou street, o samba, pagode. O carnaval de rua virou Sapucaí, o folclore brasileiro, halloween. O piano agora é teclado, também. O forró de sanfona ficou eletrônico, fortificante não é mais biotônico, bicicleta virou Bis. Polícia e ladrão virou counter strike. Folhetins são novelas de TV, fauna e flora a desaparecer, Lobato virou Paulo Coelho, Caetano virou um chato. Chico sumiu da FM e TV, Baby se converteu, RPM desapareceu, Elis ressuscitou em Maria Rita? Gal virou fênix, Raul e Renato, Cássia e Cazuza, Lennon e Elvis, todos anjos agora só tocam lira... A AIDS virou gripe. A bala antes encontrada agora é perdida, a violência está coisa maldita! A maconha é calmante, o professor é agora o facilitador, as lições já não importam mais, a guerra superou a paz e a sociedade ficou incapaz... De tudo. Inclusive de notar essas diferenças.

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